Com a revolução do 25 de abril de 1974, Álvaro, Maria do Carmo e os dois filhos, Ana e João, são obrigados a abandonar a vida confortável que tinham em Luanda e a regressar a Portugal. Para trás deixam ficar todos os seus bens: a casa, as terras e a fábrica. A família chega a Lisboa no dia 18 de Julho de 1975, com a roupa do corpo e uns sacos de plástico na mão. Álvaro é recebido pela irmã Natália em sua casa, mas ninguém se sente confortável com a situação. As famílias não se conhecem e há mais de 20 anos que Álvaro não via a irmã. E, como se não bastasse, Maria do Carmo e Álvaro percebem que tão cedo não vão conseguir ter dinheiro para irem para uma pensão. O Banco de Angola não liberta as poupanças dos retornados e os contentores com os bens de quem regressa à metrópole são arrombados à chegada. Entretanto, Ana conhece Gonçalo, amigo de Luísa e Pedro, os filhos de Natália e Joaquim. Os primos integram um grupo de maoistas que se confrontam com um grupo comunista durante a pintura de um mural. Ana ajuda Gonçalo a fugir e esta situação aproxima-os.
Álvaro esta desesperado: não consegue levantar o dinheiro que tem no banco e não arranja emprego. Passa dias e dias nas longas filas do IARN (Instituto de Apoio ao Refugiado) para arranjar alojamento, mas nem sequer consegue falar com o funcionário. Artur, o dono do quiosque, tenta arranjar-lhe um trabalho na empresa de um amigo que trabalha com camiões de frio. Apesar da experiência de Álvaro, os tempos são de grande agitação política e quando o dono fica a saber que ele é retornado recusa-se a dar-lhe trabalho, porque os empregados nunca iriam aceitar alguém que vinha de Angola. João, filho de Álvaro e Maria do Carmo, tem muitas saudades de Luanda e não consegue adaptar-se à nova realidade e ao facto de os outros miúdos estarem sempre a chamar-lhe “retornado”. Ana passa a envolver-se no trabalho político dos maoistas por sugestão de Gonçalo, mas é com a namorada Luísa que ele passa a noite.
A vida da família de Álvaro em casa da irmã começa a tornar-se insuportável. Natália e Maria do Carmo não se entendem. Na metalúrgica onde Joaquim trabalha, os empregados, liderados por Costa, revoltam-se e querem obrigar o patrão a deixá-los participar na gestão da empresa. Perante a ameaça de ser saneado, o patrão Casimiro acaba por ceder. Álvaro tenta arranjar trabalho na empresa do cunhado, mas quando os trabalhadores percebem que ele é retornado acusam-no de estar a roubar o trabalho aos outros e mandam-no embora. Contudo, Casimiro obriga-os a aceitarem Álvaro para ajudar nas encomendas urgentes, caso contrário a empresa pode ter de fechar. Teresa regressa de Angola e conta a Álvaro e à mulher que Samuel foi assassinado. Teresa revela ainda que a empresa e a casa de Álvaro foram destruídas e os criados mortos. Não resta nada. Gonçalo e Pedro formam o Comité Revolucionário dos Estudantes de Direito.
Uma acesa discussão entre Natália e Maria do Carmo leva Álvaro a sair da casa da irmã. A família instala-se na pensão de Sílvio, onde já mora Teresa, amiga de Angola. Lá está também Nando, um menino que perdeu os pais e que Ana encontrou no aeroporto quando chegaram a Lisboa. Daniel regressa de Angola e dá conta a Álvaro da destruição e desorientação que existe no país. Daniel procura o filho, mas Jorge não quer saber do pai. Jorge é amigo de Gonçalo e Catarina e conhecido de Ana, a filha de Álvaro. Depois de ter ficado sem o dinheiro que o pai mandava, Jorge vive revoltado pela situação e despreza os retornados. Daniel tenta reaver os seus bens através de um advogado conhecido, mas não consegue nada. O advogado está de partida para o Brasil, depois do escritório ter sido ocupado e as propriedades nacionalizadas. Álvaro, Maria do Carmo, Ana, João, Daniel e Teresa participam no desfile de retornados.
João rouba um chocolate na loja da D. Odete e é apanhado. Maria do Carmo fica muito envergonhada e Natália faz questão de ir contar ao irmão para culpar a cunhada de não saber cuidar dos filhos. Catarina convida Ana para ir viver com ela e os dois irmãos em sua casa, mas Álvaro e Maria do Carmo não deixam. Luísa encontra-se com Ana em casa de Catarina e ofende a prima, lembrando o episódio do roubo do chocolate. Natália e Joaquim vão visitar a família a Castelo Branco. Daniel encontra-se com o filho Jorge, mas a conversa não corre nada bem. Jorge acusa o pai de o ter abandonado aos cuidados dos avós e de ter partido para Angola sem nunca mais dizer nada. Álvaro reproduz os filmes que trouxe de Angola num projetor de Artur. Toda a família e amigos estão presentes para recordar os bons velhos tempos passados em Luanda.
Teresa conta a Maria do Carmo que antes de conseguir fugir de Luanda foi violada por vários guerrilheiros. Joaquim espera que o cunhado saia da fábrica para combinar um encontro com Rosário na empresa. Maria do Carmo arranja emprego na mercearia da rua onde trabalha Odete, que é amiga de Natália. Álvaro não reage nada bem ao facto de a mulher ir trabalhar, mas Maria do Carmo não está disposta a abdicar disso. Os trabalhadores da metalúrgica decidem sanear o patrão Casimiro por ter interferido com o plenário que decidia fazer greve. Álvaro vê-se obrigado a votar a favor do saneamento para não perder o emprego. Ana beija Gonçalo, o namorado da prima Luísa, e sente-se incomodada com o facto.
Os retornados fecham os portões do Banco de Angola para exigir o seu dinheiro. Cansados das longas filas e de não obterem uma resposta quando pedem o dinheiro de volta, os retornados revoltam-se. Daniel, Álvaro, Teresa e Joana também estão no banco quando a revolta começa, o que deixa Maria do Carmo e a filha muito preocupadas. No entanto, Álvaro, com medo de faltar ao trabalho, e Teresa, com receio da confusão, acabam por sair. A ocupação dura dois dias sem que o Governo, entretanto liderado por Pinheiro de Azevedo, responda às reivindicações. João faz 14 anos e a família, perante todas as dificuldades que atravessa, pensa em uma forma de o compensar. Aos poucos tudo se compõe. Afonso oferece a Ana a coleção de livros de banda desenhada do Major Alvega para ela dar ao irmão. Maria do Carmo pede ajuda a Cidália e esta oferece-se para fazer a festa surpresa no café. Álvaro conserta uma velha bicicleta que estava na fábrica para dar ao filho, e o seu colega Costa ainda lhe arranja bilhetes para ir à feira popular com toda a família. Joaquim encontra-se com a amante Rosário na fábrica. Natália atribui as ausências constantes do marido ao trabalho.
Álvaro recebe a informação de que os caixotes com os seus bens chegaram. O que poderia ser um momento de felicidade e alívio depois de tanta desgraça transforma-se em desespero. Quando a família chega ao porto depara-se com os caixotes partidos e tudo o que continham roubado. No entanto, nem tudo vai correr mal. Maria do Carmo consegue aquilo que mais desejava: uma casa. Um casal amigo de Cidália regressa à terra e, para evitar que a sua casa seja ocupada, aceita que a família de Maria do Carmo fique lá sem pagar renda, apenas para cuidar e mostrar que a casa tem gente. Inicialmente, Álvaro desconfia, mas depois acaba por ceder. A família pode finalmente pensar em reconstruir a sua vida. Pelo caminho, há ainda mais uma adversidade. Álvaro pede as guias de toda a família a Sílvio, o dono da pensão, mas este inventa uma desculpa para não as dar. Álvaro desconfia e insiste, ao ponto de passar o balcão e começar à procura das guias. Nesse momento, ele percebe que Sílvio anda a falsificar guias para receber mais dinheiro do IARN. Joaquim chega novamente tarde a casa. Desta vez, Natália liga para a fábrica e confronta-o com o facto de ele não estar lá. Contudo, Joaquim inventa uma desculpa, deixando a mulher desconfiada.
A manifestação contra a execução de quatro bascos pelo regime de Franco, em frente à embaixada de Espanha, em Lisboa, fica fora de controlo e Ana perde-se dos amigos. Ao ouvir as notícias na rádio, Gonçalo fica inquieto e parte à procura de Ana. Este acaba por encontrá-la e levá-la a casa. Álvaro não para de culpar Maria do Carmo por ter deixado a filha ir à manifestação e insiste para que ela deixe de trabalhar, mas a mulher não cede. Horas antes de resgatar Ana, Gonçalo tinha-se envolvido numa cena de pancadaria com Afonso porque, naquela noite, o amigo, na tentativa de provocar Gonçalo, insinuara que ia “atirar-se” a Ana, supondo que as retornadas são mais fáceis de levar para a cama. Embora namore com Luísa, Gonçalo está apaixonado por Ana e não o quer admitir. No entanto, tudo vai mudar depois da madrugada frente à embaixada. Ana percebe pela atitude de Gonçalo que é dela que ele gosta e, depois de um primeiro beijo, deixa cair todas as defesas e entrega-se a Gonçalo. Natália está cada vez mais desconfiada da infidelidade de Joaquim e quase apanha um recibo de um restaurante no bolso do casaco do marido. Teresa continua a insinuar-se a Álvaro e ele sente-se incomodado.
Gonçalo acaba a relação com Luísa. Furiosa por ter perdido o namorado para a prima, Luísa vai a casa de Ana insultá-la. Natália vai levar o jantar ao marido à fábrica e por pouco que não o apanha com Rosário, a amante, que se vê obrigada a esconder-se e a passar a noite no escritório. Pedro e Jorge querem vingar a morte do camarada Alexandrino de Sousa, do MRPP, que morreu afogado na sequência de um confronto contra um grupo da UDP, no Terreiro do Paço. À saída do café de Artur, eles encontram um grupo da UDP e, depois de várias provocações, confrontam-se fisicamente. Gonçalo vai ajudá-los mas, mais tarde, acaba por dizer que está farto do MRPP e do culto a Arnaldo de Matos. Jorge e Pedro veem no namoro com Ana o fundamento para a traição do amigo e não lhe perdoam. Para agradar a Álvaro, Maria do Carmo e Natália decidem enterrar o machado de guerra. Não ficam amigas mas, pelo menos, comprometem-se a não se agredirem verbalmente. O que Natália ainda não sabe é que a sobrinha Ana “ficou” com o namorado da filha Luísa. Álvaro perde o emprego na fábrica. Depois de ter convencido um cliente a avançar com o dinheiro para comprarem matéria-prima para fazer uns atrelados, os trabalhadores decidem dá-los a uma cooperativa, em troca de arroz e para o bem da reforma agrária. Álvaro opõe-se e é expulso da fábrica pelos colegas. Agora precisa de coragem para contar à mulher o que se passa.
Todas as manhãs, Álvaro sai vestido com o fato de macaco fingindo que vai trabalhar para que Maria do Carmo não perceba que foi despedido, mas sente-se mal por estar a enganar a mulher. Este desabafa com Teresa, que aproveita o momento para se aproximar mais do amigo que há muito deixou de ver apenas como tal. A mentira só se desfaz quando Maria do Carmo insiste para ficarem com o carro que veio de Angola e Álvaro insiste em vendê-lo. Álvaro é obrigado a contar a verdade, deixando Maria do Carmo de rastos por este lhe ter mentido. A mulher ainda fica pior ao aperceber-se que Teresa já sabia. Daniel continua sem trabalho e ocupa a casa de umas pessoas que foram para o Brasil. A relação com Joana não corre bem e Daniel chega ao ponto de agredir a mulher. Álvaro, Teresa, Daniel e Joana participam na manifestação dos retornados, que acaba em confronto com a polícia militar quando os manifestantes tomam de assalto a casa de Angola. Daniel é preso. Luísa descobre que está grávida de Gonçalo e, sem dizer nada ao ex-namorado, pede ajuda à mãe para abortar. Porém, o aborto clandestino corre mal e, no regresso a casa, Luísa sofre uma hemorragia. Apesar do receio de ser presa, Luísa é obrigada a ir ao hospital. O pai e o irmão ficam a saber o que se passou, e Pedro vai ter com Gonçalo e acaba por agredi-lo.
Álvaro vai a casa de Teresa para lhe arranjar a máquina de costura e a amiga acaba por beijá-lo. Maria do Carmo desconfia que se passa alguma coisa entre os dois, sobretudo após Sílvio lhe dizer que devia olhar mais para o tempo que o marido passa com a amiga. Desconfiada, Maria do Carmo confronta Teresa, que acaba por admitir que beijou Álvaro. Maria do Carmo fica furiosa e discute com Álvaro. A situação agrava-se quando esta encontra o marido no quarto de Teresa a colocar a peça da máquina que estava avariada. A mulher fica cega de ciúmes e põe Álvaro fora de casa. Depois do aborto, Luísa fica a saber que não poderá voltar a ter filhos. Ana deixa Gonçalo por se sentir culpada pelo que aconteceu à prima. Gonçalo oferece-se para ajudar Luísa, mas a ex-namorada expulsa-o de sua casa. Álvaro aceita fazer um trabalho de contrabando para Artur. No café, Teresa e Joana ouvem a notícia da libertação de Angola. Joana acaba por beber demais e Filipe vai levá-la a casa. Sozinha, com Daniel na prisão, Joana acaba por pedir a Filipe para ficar com ela.
Gonçalo e Ana fazem as pazes. Daniel confessa a Álvaro que já não suporta Joana. Teresa vai falar com Maria do Carmo para lhe explicar que não aconteceu nada entre ela e Álvaro, mas não consegue convencer a amiga. Joana também tenta persuadi-la a deixar regressar o marido, mas Maria do Carmo continua muito magoada com ele. João e Paulo ajudam Nando a procurar os pais no IARN, mas não são bem-sucedidos. Acabam por colocar um anúncio no jornal, à semelhança de outras crianças que se separaram dos pais durante a fuga de Angola. Uns ciganos contratados obrigam Daniel a sair da casa que ocupou. Daniel e Joana voltam à pensão. Natália convida o irmão a ficar em sua casa. Daniel tenta convencer o filho a deixá-lo explorar a quinta da avó, que entretanto morrera, mas Jorge diz-lhe que prefere entregar a terra aos trabalhadores agrícolas do que dá-la ao pai.
No dia 25 de novembro, João sente-se mal e, apesar do golpe de Estado em curso, Álvaro e Maria do Carmo metem-se a caminho do hospital num táxi. No entanto, o táxi é obrigado a parar numa barricada. Aflito, João sai do carro. Álvaro tenta alcançá-lo, mas é obrigado a parar por um comando que lhe aponta uma arma. Só a intervenção do Alferes, da pensão, salva Álvaro e a restante família. João fica hospitalizado com cólera. Durante o golpe de Estado, Bia – membro da LUAR e ex-namorada de Gonçalo – leva um tiro e pede ajuda ao ex-namorado. Quando Ana chega a casa de Gonçalo, não gosta de ver o namorado com Bia e, zangada, acaba por ir embora. Apesar de ferida, Bia volta à luta. Na sequência do assalto das tropas do regimento de comandos ao quartel do regimento da polícia militar, ela combate contra os comandos, mas acaba por ter de fugir. Mais uma vez, Gonçalo vai ajudá-la. Ao ouvir uma conversa do irmão, Luísa fica a saber que Gonçalo guarda as armas da LUAR em casa e arquiteta um plano para prejudicar o ex-namorado. Coloca um papel com a informação por baixo da porta do Alferes. Os comandos vão a casa de Gonçalo e apanham Catarina e Ana com o saco das armas.
Contrariando o recolher obrigatório, Gonçalo vai avisar Maria do Carmo e Álvaro que Ana foi presa. Álvaro fica desesperado e vai até Caxias à procura da filha, mas não consegue saber nada. Maria do Carmo pede ajuda ao Alferes que, um pouco contrariado, acaba por descobrir que Ana está em Caxias. Pedro descobre que foi a irmã quem levou os comandos até casa de Gonçalo para prejudicar o ex-namorado. Desesperada, Maria do Carmo vai a Caxias e consegue que um comando lhe diga que a filha está bem. Artur convence o Alferes a ajudar Álvaro a tirar Ana da prisão. Não obstante, o processo não se preveja fácil. Daniel gasta todo o dinheiro do IARN no jogo. Pede ajuda a Álvaro, mas este não tem dinheiro para ajudar o amigo; então decidi recorrer ao filho. Jorge nega-lhe apoio e acusa o pai de ser um inútil. No meio da discussão, o filho acaba mesmo por lhe dizer que Joana está a traí-lo com Filipe e que todo o bairro sabe e comenta. Daniel agride violentamente a mulher, que acaba por ser levada para o hospital por Álvaro e Maria do Carmo. Daniel ainda tenta bater em Filipe, mas Álvaro e Artur conseguem impedi-lo. Maria do Carmo acolhe Joana em sua casa. Com tantas dificuldades a acontecerem na sua vida, Maria do Carmo aceita Álvaro de volta.
Na noite de Natal, durante a vigília pelos presos do 25 de Novembro, Ana sai da prisão. Um dia antes, Catarina tinha sido libertada graças à intervenção do seu pai. À espera de Ana está a mãe, o irmão, a tia, o primo e Teresa, finalmente aceite por Maria do Carmo. Natália decide ir à vigília apoiar o irmão, deixando o marido sem consoada depois de sofrer um rude golpe ao ver Joaquim de braço dado com a amante a entrar no Parque Mayer para assistir a um espetáculo. Gonçalo tenta pedir perdão a Ana, mas Álvaro manda-o embora de sua casa. O rapaz acaba por escrever a palavra “desculpa” no chão da rua. Através de um vizinho que vem de Angola, Nando fica a saber que os pais morreram. Sozinho e desesperado, o rapaz encontra algum conforto junto de Alferes e Teresa. Os três passam juntos a consoada. Daniel procura Joana e pede-lhe para o aceitar de volta, mas a mulher não aceita.
om a entrada no novo ano, Maria do Carmo e Álvaro recebem uma má notícia. Dentro de dois dias terão de deixar a casa onde vivem. Sem outra solução à vista, eles são encaminhados pelo IARN para a “Colónia do Século”, no Estoril, um alojamento em camaratas com homens de um lado e mulheres do outro. Ana e João mostram-se revoltados e desanimados com a situação. Joaquim consegue convencer a mulher que não tem uma amante. Entretanto na fábrica, sem encomendas nem dinheiro para pagar salários, discute-se a possibilidade do regresso do patrão. Catarina não quer ir para Paris com os pais e acaba por convencê-los a ficar, graças à intervenção da mãe. Joana vai viver com Teresa. Jorge vai até à campa do pai, onde chora revoltado mas sem o perdoar.
Vítor, que todos julgavam morto, aparece na pensão acompanhado pela Cruz Vermelha. Teresa exulta de contentamento por conseguir reaver o marido. Contudo, Vítor já não é a mesma pessoa: está cego e com graves perturbações psicológicas. Na metalúrgica realiza-se uma nova assembleia-geral para votar o regresso do patrão. Desta vez, por sugestão de Joaquim aconselhado por Álvaro, o voto é secreto e o “sim” vence. Casimiro regressa à fábrica e chama Álvaro para trabalhar com ele. Na tentativa de arrendar uma casa, Álvaro é enganado por uma alegada agência e perde todo o dinheiro que a família tinha para viver até ao final do mês. Rosário vai à procura de Joaquim. Natália apanha a amante do marido à porta de casa e confronta-a. A mulher acaba por se ir embora de vez da vida de Joaquim. Gonçalo, que agora trabalha num escritório de advogados, vai para fora e Catarina aproveita para fazer uma festa em casa. Ana mente à mãe e fica em casa da amiga. No entanto, Gonçalo antecipa o regresso e, ao chegar a casa, vê Afonso a dormir junto a Ana no sofá, acabando por tirar conclusões erradas.
Joana descobre que espera um filho já numa fase muito adiantada da gravidez que não lhe permite abortar. Maria do Carmo e Teresa tentam ajudá-la, mas Joana não sabe quem é o pai e, por isso, rejeita o filho e começa a beber. A fábrica é assaltada e, mais uma vez, os funcionários ficam sem o dinheiro dos salários. No entanto, o patrão promete pagar o salário de Álvaro do seu próprio bolso. Depois de ficar a saber que a filha vai mesmo ficar em Luxemburgo, Adelaide aceita arrendar a casa a Álvaro e, deste modo, a família volta a ficar junta. Ainda na “Colónia do Século”, no Estoril, Álvaro reencontra Júlia e a filha, que conseguiram fugir de Angola. Maria do Carmo fica desconfiada pela forma como o marido trata Júlia, apesar de este lhe dizer que se trata de uma antiga empregada que não estava em Luanda. Catarina avisa Ana que o ex-namorado, Gonçalo, está interessado numa colega do escritório.
Sílvio recusa-se a continuar com Nando na pensão, então a Cruz Vermelha transfere o rapaz para a Casa Pia. Cidália ainda tenta convencer o marido a ficar com Nando, mas sem sucesso. O patrão de Odete descobre que esta anda a retirar produtos do supermercado sem pagar e ameaça despedi-la ou entregá-la à polícia. Perante a intransigência do patrão, Odete fica sem alternativa e chega a oferecer o seu corpo para não ser despedida. Joana consegue um trabalho a fazer molotov com Maria do Carmo como sócia. Vítor não quer que a mulher o trate como um inválido mas, quando procura um contacto mais íntimo, Teresa recusa. Vítor não sabe que, enquanto ele foi preso e torturado, ela foi violada. Álvaro consegue arranjar trabalho para Júlia na pensão de Sílvio a fazer limpezas. Após um ataque de percevejos, todos os hóspedes protestam contra a falta de limpeza e Sílvio é obrigado a aceitar Júlia na pensão.
Artur sente-se mal e Cidália fica a saber que o marido sofre de uma angina de peito e foi aconselhado pelo médico a abrandar a atividade. Cidália fica assim a perceber porque é que o marido não quis ficar com Nando. Filipe diz a Joana que quer ficar com ela mesmo que o filho não seja dele, mas Joana não aceita a proposta e despacha o rapaz. Álvaro consegue livrar Joana do homem que lhe andava a tentar cobrar as dívidas de jogo clandestino do marido. Gonçalo resolve o problema da fábrica com o seguro por causa do roubo. Rita aproxima-se de Gonçalo e acaba por beijá-lo. Entretanto, Jorge é posto fora do quarto onde vivia e passa duas noites na casa de Pedro. Durante a estadia, a raiva que sente por Luísa converte-se em paixão. Para ajudar Júlia que tem a filha doente, Álvaro chega atrasado ao jantar de anos da sua própria filha, o que deixa a mulher ainda mais desconfiada. Contra a vontade do marido, Maria do Carmo decide inscrever-se num curso de contabilidade por correspondência.
Maria do Carmo fica a saber que Júlia é filha de Álvaro. Uma filha que o marido escondeu durante mais de 20 anos, resultado de um caso que teve em Angola antes de conhecer a atual mulher. Ao saber da notícia, Maria do Carmo fica desesperada. Joana quer dar o filho para a adoção à Santa Casa da Misericórdia porque não se sente capaz de o criar. Enquanto assistem ao resultado das eleições em que Mário Soares ganha, Cidália tenta demover Joana da ideia. Luísa é apanhada na cama com Jorge e o pai obriga-a a sair de casa. Gonçalo namora com Rita mas, ao ver Ana, sente-se confuso. Teresa sabe que o marido anda à procura da prostituta da pensão e quer que Sílvio a expulse. Álvaro tem cada vez mais poder na fábrica, o que deixa Joaquim cheio de inveja.
Horácio encontra Júlia e quer obrigá-la a ir com ele e com a filha para Angola. Maria do Carmo alerta Álvaro. Ao tentar socorrer Júlia, os filhos e os amigos de Álvaro ficam a saber que ela é sua filha. Natália recrimina o irmão e pede-lhe para se afastar de Júlia. Os filhos distanciam-se dele sem o conseguir perdoar. Joaquim vai à mercearia já em hora de fecho e vê Odete com o dono da loja. Ela percebe que é vista e pede a Joaquim que não diga nada porque está metida numa grande trapalhada. Duarte aceita que Maria do Carmo trate da contabilidade da mercearia. João e Paulo procuram Ilda na pensão, mas o encontro de João com a prostituta não corre muito bem. Vítor continua a procurar os serviços de Ilda sem esconder nada da mulher. Desesperada, Teresa fecha Vítor no quarto. Casimiro propõe sociedade a Álvaro, deixando Joaquim cheio de inveja. O cunhado arma-lhe uma cilada: altera o valor do registo de uma venda e tira esse dinheiro do cofre.
Maria do Carmo não perdoa a Álvaro por este lhe ter mentido sobre a existência de uma outra filha durante mais de 20 anos e obriga-o a sair de casa. Joaquim mostra as contas falsificadas da fábrica a Casimiro que implicam Álvaro. Quando é confrontado por Casimiro, o empregado explica que está inocente e tenta prová-lo. Casimiro percebe que os números foram falsificados e que a letra não é igual à de Álvaro. Quando vai ao banco, Álvaro fica ainda a saber que o dinheiro desviado foi depositado na sua conta por alguém que fez uma assinatura que não se percebe. Apesar das evidências, Casimiro fica na dúvida e, perante a desconfiança do patrão e não conseguindo provar que é inocente, Álvaro acaba por se demitir. Desta forma, Álvaro fica sem a família e sem o emprego. Na mercearia, Maria do Carmo percebe o que se passa entre o patrão e Odete e convence-a a fazer-lhe frente, lembrando-lhe que sendo ele um homem casado também tem muito a perder. Maria do Carmo pede a Júlia para se ir embora mas ela não aceita. Procurada e ameaçada pelo marido que a quer levar para Angola, Júlia só se sente segura com o pai. Teresa consegue encontrar o marido na Baixa, mas este despreza-a e manda-a embora. Entretanto, ela é assaltada mas, graças à intervenção do Alferes que bloqueia a passagem do ladrão, consegue recuperar a carteira. De regresso ao quarto, muito nervosa, aceita o conforto que o Alferes lhe dá mas, ainda traumatizada pelo passado, não consegue ir para além dos beijos. Por ser negro e assumir-se que Filipe roubou uma carteira no elétrico, o empregado do café leva uma tareia. Ao ver o que se passa, Artur sente-se mal. Os dois acabam por ser levados para o hospital.
No dia em que Ramalho Eanes é eleito presidente, Joana dá à luz num quarto da pensão. Joana está revoltada e quer entregar o filho à Misericórdia. No entanto, a rapariga acaba por não conseguir resistir aos encantos do pequeno e decide ficar com Alexandre. Durante um momento de raiva, Ana fica a saber pela própria prima que foi ela quem denunciou Gonçalo às autoridades no dia em que as duas foram presas. Apesar da revelação, nem Gonçalo nem Ana tomam a iniciativa de voltar a falar um com o outro. Álvaro faz as pazes com a filha mas Maria do Carmo, que entretanto conseguiu mais trabalhos como contabilista, continua a querer o divórcio. Joaquim decide começar a insinuar-se junto de Odete e, com um pretexto de ajuda para escolher um colar para a mulher, leva a empregada da mercearia a sua casa e ao seu quarto, onde acabam por se envolver. Jorge propõe a Luísa que fiquem juntos. A rapariga confessa-lhe que não pode ter filhos, julgando que Jorge não vai querer ficar com ela. No entanto, Luísa é surpreendida quando o rapaz revela que, depois do que aconteceu com o pai, jurou a si próprio não ter filhos. Depois de saber alguns pormenores do desfalque na fábrica, Natália fica desconfiada. Durante a noite, ela vai vasculhar os papéis do marido, acabando por descobrir o talão do depósito no banco do Estoril na conta de Álvaro.
No dia em que Carlos Lopes ganha a primeira medalha olímpica para Portugal nos jogos olímpicos, Álvaro ganha também uma nova vida. Este consegue recuperar e, ao chegar a casa, tem uma surpresa. Com a ajuda dos vizinhos, Júlia e Maria do Carmo conseguiram ter a “Casa Mendonça – Eletrodomésticos” pronta para a inauguração e é Álvaro quem corta a fita. Depois dos momentos de aflição pelos quais passou ao ver Álvaro inconsciente, Maria do Carmo não hesita e recebe o marido de volta. A família, agora toda junta, recomeça uma nova vida. O Alferes decide retirar Nando da Casa Pia e viver com ele para sempre. Pela mão de Ribeiro Cristóvão, um conhecido de Angola, o marido de Teresa vai trabalhar na Rádio Renascença como locutor e faz muito sucesso. Ao reencontrar Teresa, ambos percebem que nada mais têm em comum e que o seu casamento acabou assim que saíram de Angola. Teresa finalmente decide entregar-se ao Alferes. Gonçalo assume que ainda ama Ana e termina o namoro com a filha do patrão. Já na estação dos comboios, quando Ana se prepara para partir para o inter-rail, Gonçalo declara o seu amor e junta-se a ela na volta à Europa de comboio. Luísa e Jorge vão viver para Alcochete para a quinta que era da avó. Longe dos dias da revolução e da atividade estudantil, estes só desejam cultivar a terra da melhor forma. Pressionado pela mulher, Joaquim envia uma carta anónima para a empresa a dizer que não foi Álvaro quem fez o desfalque e com os vinte contos que faltavam. Ilda volta a receber João no seu quarto, mas desta vez o miúdo sai satisfeito. Cumprida a missão, a prostituta vinga-se do explorador Sílvio e rouba-lhe todo o dinheiro do cofre antes de fugir.