Quando a SIDA apareceu, Portugal estava a viver a liberdade total na sequência do 25 de abril de 1974 e o país aproveitava, ao máximo, a alegria desses momentos. O medo de uma doença desconhecida e a ligação da infeção aos homossexuais criou situações de medo e de morte que são relatadas no 1º episódio do documentário sobre os 40 anos de SIDA em Portugal, com relatos na primeira pessoa. Carlos Pereira/Guida Scarlatty, Maria de Belém Roseira, Fernando Maltez, Margarida Martins, entre outros, contam como se viveram em Portugal os primeiros anos de uma doença fatal.
Na década de 90 do século XX, o Casal Ventoso era um supermercado de droga a céu aberto. O maior da Europa. E a ligação do aumento da SIDA aos toxicodependentes, em Portugal, fazia manchetes em todo o mundo. O termo "sidoso" era usado como uma culpabilização para quem não seguia as normas: os toxicodependentes e os homossexuais. A investigadora Maria Odette Ferreira não aceitou o "status quo" vigente e mudou radicalmente a forma de se olhar para o VIH e para os toxicodependentes, criando o programa "Diga Não a uma Seringa em Segunda Mão", que foi elogiado mundialmente. Isto e muito mais para ver neste segundo episódio.
Enquanto o Mundo tinha os olhos postos na evolução do VIH/SIDA e se lamentava que o AZT não tivesse sido o medicamento que se esperava, em África as pessoas morriam de problemas que pareciam estar relacionados com a SIDA apesar de todas as análises não darem essa indicação. A Guiné-Bissau foi o país que esteve na origem da descoberta do VIH-2 e o cenário criado para levar o sangue de um doente da Guiné-Bissau, do Hospital Egas Moniz, em Lisboa, para o Instituto Pasteur, em Paris, é digna de um filme de espionagem. E os protagonistas foram: a investigadora Maria Odete Ferreira; e os médicos José Luis Champalimaud e Kamal Mansinho.
A evolução de novas terapêuticas para o VIH/SIDA tiveram um "boom" enorme desde meados dos anos 90 do século XX até hoje. De uma doença mortal passámos a (com)viver com o VIH ou a SIDA como com qualquer outra doença crónica. A PrEP, profilaxia pré-exposição, colocou a infeção por VIH no patamar de uma evolução terapêutica fantástica. Mas será que os problemas acabaram? Não! Tal como em 1980 o estigma e a discriminação continuam a existir e as pessoas com VIH preferem continuar a não dar a cara publicamente, 40 anos depois do primeiro caso ter vindo a público. O que tem falhado? Saiba tudo no 4º episódio do documentário SIDA 4.0.
Em 2023, 40 anos depois da publicação do primeiro caso de SIDA, nos EUA. O mundo continua à espera de uma cura para o VIH. As Organizações Não Governamentais (ONG´s), os políticos e a indústria farmacêutica sabem que a equidade ainda não existe e que ter SIDA em Portugal ou nos países mais pobres de África ou da Ásia não é igual. O que falta para o aparecimento de uma vacina? Em que patamar está Portugal, numa altura em que o número de migrantes e de novas drogas faz tremer novamente o país, é o que vamos saber no 5º episódio sobre os 40 anos da SIDA.