Oitenta anos de vida, mais de seis décadas de carreira nas canções, nos palcos, nos ecrãs, fizeram de Simone de Oliveira uma presença maior na história da cultura popular portuguesa. Mulher firme, de personalidade vincada, recorda memórias de um percurso que se mantém ativo numa entrevista em que o presente das palavras entra em diálogo com o passado que as imagens revisitam. As histórias de quem faz música contadas pela sua própria voz. Entre palavras, imagens e canções vemos biografias dos grandes músicos portugueses do nosso tempo.
Compositor popular. Artista de variedades. Aprendiz de feiticeiro. José Mário Branco, 76 anos, do Porto. É assim mesmo que se apresenta um dos nomes maiores da música popular portuguesa. Uma história feita de canções, de lutas, de valores, contada pelo próprio, num percurso em que o presente das palavras encontra imagens que recordam meio século de canções.
São já 52 os anos de carreira de Marco Paulo. E são já na ordem dos 4,5 milhões os discos que vendeu desde que se estreou. O cantor recebe-nos em sua casa e é aí que percorre memórias que recuam aos seus dias de infância, à descoberta da voz e procura do sonho de fazer uma vida como cantor. A história de um sonho concretizado passa depois por uma multidão de êxitos em disco, por palcos vividos e pelo desejo de nunca desistir.
Há 45 anos uma canção na voz de Paulo de Carvalho entrava na história ao ser escolhida como primeira senha do 25 de Abril. Regressámos ao Teatro Maria Matos, onde "E Depois do Adeus" venceu o Festival da Canção de 1974, para ali, com o músico, fazer um percurso que recua às bandas em que tocou nos anos 60 e avança depois até ao presente, traçando um caminho sempre feito de surpresas e novos desafios.
Começou a cantar ainda nos anos 70, mas foi com o "boom" de acontecimentos na alvorada dos anos 80 que se fez uma das vozes de maior sucesso da pop nascida entre nós. Numa altura em que lança um primeiro disco de originais em muitos anos, Lena d´Água conta-nos uma história de vida com visibilidade desde o berço. Afinal é filha de uma figura de destaque do futebol português. As suas grandes canções, telediscos que fizeram história, momentos difíceis entretanto ultrapassados, alguns álbuns ignorados e um regresso em aclamação, que começou a ganhar forma no Festival da Canção 2017, são o tutano deste episódio da série "Vejam Bem".
O álbum "Viagens" marcou de forma única a história da música portuguesa em 1994. Mas para Pedro Abrunhosa há um antes e um depois. E é toda essa história maior a que ele mesmo nos contou numa conversa gravada recentemente nos seus estúdios bem perto do Porto. Viagens por várias músicas, por vários momentos de uma história pessoal e também da vida de um país, com canções marcantes pelo meio.
Começou a ouvir música em pequeno, viveu a descoberta de novos sons nos anos 60, dos cantores italianos aos Shadows e Beatles... Também passou por grupos. Mas foi numa sucessão de participações no Festival da Canção, entre 1969 e 1973, que inscreveu definitivamente o seu nome no mapa de referência da canção portuguesa. Primeiro numa parceria com Ary dos Santos, depois assinando a solo as suas canções, Fernando Tordo assinala em 2019 os 50 anos de discos editados em nome próprio. São momentos da nossa memória coletiva que ele mesmo agora recorda, juntamente com imagens encontradas no arquivo da RTP.
António Manuel Ribeiro nasceu e cresceu na margem sul do Tejo. E das vivências e experiências acabou por levar temáticas que conferiram às suas canções toda uma carga que tem ajudado a fixar, através das linguagens do rock, pontos de vista sobre a história política e social do nosso tempo. Depois de primeiras experiências fundou os UHF em finais dos anos 70. Num percurso desde os dias de "Jorge Morreu", "Cavalos de Corrida" e "Rua do Carmo" até hoje, a música dos UHF cruza a história de vida de António Manuel Ribeiro. Uma entrevista filmada no espaço mítico da grande sala da Incrível Almadense.