Hoje em dia, entrar na Amazônia Legal pela BR230 provoca decepção. Ali já não há floresta. Neste episódio, revelamos as cicatrizes que a Guerrilha do Araguaia e a feroz repressão dos militares deixaram na região do Bico do Papagaio nos anos 1970. Anos depois, a região ainda é palco de violentos conflitos e frequenta o topo dos índices de violência no Brasil.
Neste episódio é abordado o projeto de colonização do governo militar, a começar por Altamira, coração da estrada que rasgou a floresta com seus tratores. Ali a estrada foi inaugurada por Médici com a missão de ser um exemplo para a integração da região a ser realizada através da colonização maciça e com o objetivo de ser um polo de produção agrícola. Ali, recentemente, foi construída a usina de Belo Monte, a obra mais polêmica da região. A história se repete: mais um grande projeto de infraestrutura levanta dúvidas sobre sua eficiência.
A produção explora como a estrada acelerou os principais vetores de degradação da floresta o desmatamento predatório, a venda ilegal de madeira, garimpo e a mineração. Recentemente a expansão da soja que tinha seu epicentro no centro-oeste começa a chegar na transamazônica levantando uma sombra sobre o futuro da região. A partir dos personagens apresentados, o quarto capítulo da série aborda temas chaves para o destino da floresta amazônica, jogando luz sobre as ações predatórias que seguem agindo de forma perversa.
Os Mundurukus e a luta contra São Luiz do Tapajós são o tema central deste episódio. A produção ilustra a história de populações que se viram em conflitos, disputas com empreiteiros, colonos, garimpeiros, madeireiros, grileiros e com os planos do governo federal de ocupar suas áreas sem pedir licença ou respeitar seu território milenar.
O passado e o presente se encontram ao final da estrada, escancarando fragilidades e contradições. Percorrendo o trecho mais selvagem, o último episódio da série trata da vitória da floresta sobre a construção. A ideia de progresso deixa visível suas consequências: desordem social e doenças endêmicas, como a malária. A parte final do documentário reflete sobre grandes projetos de desenvolvimento da Amazônia e promove questionamento sobre o futuro dos novos empreendimentos que pretendem domesticar a maior floresta tropical do mundo.