Desde 1982 que as mulheres portuguesas deixaram de ter o número de filhos capaz de assegurar a renovação geracional, um facto que as migrações dificilmente conseguirão compensar. A população portuguesa concentra-se hoje nas cidades do litoral, o que cria constrangimentos para os seus habitantes, mas também para os que vivem num interior cada vez mais despovoado. Perante tais desafios, como será a demografia portuguesa nas próximas décadas?
Depois de décadas de mobilidade social ascendente, Portugal oferece hoje aos portugueses poucas hipóteses de progredir. Nascemos iguais em direitos, mas somos ainda condicionados pelo contexto económico e social com que vimos ao mundo e por fatores que não escolhemos, como o género e a etnia. Reduzir as desigualdades sociais e económicas e aumentar a mobilidade social é fundamental para que a igualdade de oportunidades seja uma realidade.
O forte crescimento económico das últimas décadas do século XX fez de Portugal um caso de sucesso à escala global. Mas após a mudança do milénio, o país viu a sua trajetória de sucesso ser subitamente interrompida. Somos hoje um dos países com uma menor produtividade e uma maior dívida pública da União Europeia e seremos já em 2030 o terceiro país mais envelhecido do planeta. Perante estes desafios, que estratégias poderemos nós prosseguir para aspirar a um futuro mais promissor?