No sexo não há o pôr-se a jeito. Mesmo depois de um momento de sedução mútua, mesmo no interior de um quarto, já despidos, e perto do momento de se iniciar um ato sexual com alguém - ou mesmo a meio do ato - quando uma das partes diz ‘não’, que não quer mais, que não quer ter sexo, essa vontade deve ser ouvida e respeitada. E se mesmo assim a pessoa for forçada ou manipulada a envolver-se num ato sexual, isso é abuso e um crime previsto na lei. Mas neste campo há muitas zonas cinzentas, ambiguidades, silêncios e ‘nins’ que importa desmontar e descodificar. Será que todos sabemos mesmo o que implica sexo com consentimento? E quando o sexo é feito com a concordância de ambos, mas sem a real vontade de uma das partes envolvidas? Na semana em que deu entrada uma petição online que pede urgência ao Parlamento para converter o crime de violação em crime público, que já recolheu mais de 47 mil assinaturas.