Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, é dono de uma casa pé na areia, em Barra de São Miguel, Alagoas. O imóvel fica na chamada faixa de marinha, área à beira-mar que está na PEC das Praias. Em 2022, último ano do governo Bolsonaro, a Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição. Era fevereiro, semana de Carnaval, e pouca gente prestou atenção no que tinha acontecido em Brasília. Foram 389 votos favoráveis. Um deles de Arthur Lira. Como presidente da Casa, ele tinha o direito de se abster, mas no segundo turno ele votou sim. Este é o primeiro episódio de "Lira: Os Atalhos do Poder", um podcast original UOL Prime, com apresentação de Thais Bilenky
"Valeu o boi!", segundo episódio do podcast original do UOL Prime, explora a rivalidade entre Arthur Lira e a família Calheiros. A colunista do UOL Thais Bilenky detalha o dia em que o presidente Lula reuniu os dois rivais na inauguração do programa "Minha Casa, Minha Vida" em Alagoas, em maio de 2024.
Após a derrota de seu grupo político nas eleições municipais de 2020 em Junqueiro (AL), o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) interrompeu o envio de emendas parlamentares para a cidade alagoana. A eleição de Leandro Silva (PTB), candidato apoiado pela família Calheiros, mudou significativamente a política local, rompendo uma hegemonia de 28 anos do clã Pereira, liderado pelo então prefeito Carlos Augusto (MDB). Em 2024, a disputa para a Prefeitura de Junqueiro entre Leandro Silva e Joãozinho Pereira (PP), primo de Lira, se mantém tensa.
Depois de conquistar o apoio do governo Bolsonaro e de parte considerável dos deputados com sua habilidade de negociação, o deputado Arthur Lira (PP-AL) teria que encarar outro desafio para garantir a vitória como Presidente da Câmara, em 2021. Longe de Brasília, na Faria Lima, ele precisaria da aprovação dos figurões do mercado. Mas esse movimento não seria tão simples. O alagoano, criador de gado, conhecido pela fama de coronel nordestino, teria que lidar com preconceito e resistência para ter esse acesso. Para isso, contaria com importantes aliados do governo Bolsonaro. Paulo Guedes, então ministro da Economia, e Daniella Marques, considerada o braço direito do ministro, fariam esse papel.