Em 1808, dois navios cortam o Atlântico. Num deles, africanos desembarcam no Brasil para serem vendidos como escravos. No outro, o príncipe regente Dom João VI, a rainha D.Maria I e a família real portuguesa fogem das ameaças de Napoleão Bonaparte. Em Minas Gerais, a jovem Peregrina, tomada de revolta depois de ser castigada apenas por cantar, irrompe num ato de violência extrema contra a Fazendeira Escravocrata e é enforcada. No Rio de Janeiro, a corte se constrói sobre a indigesta intimidade entre o poder e a elite, formada pelos traficantes de pessoas.
A derrota de Napoleão na Europa deflagra reações diferentes. De um lado do Atlântico, a Rainha D.Maria I (Walderez de Barros) celebra na corte. Do outro, em Lisboa, Gonçalves Ledo (Flávio Tolezani) e José Bonifácio (Celso Frateschi) debatem o futuro da nação e da monarquia. Com planos de tornar-se rainha da América Espanhola, Carlota Joaquina (Ilana Kaplan) conspira contra o marido, Dom João VI (Antonio Fagundes). Dom Pedro (Daniel de Oliveira) conhece a paixão e, para conquistar Noemy (Alli Willow), uma cantora de cabaré francesa, aplica golpe no próprio pai para comprar-lhe joias. Temendo enfrentar revoltas, Dom João VI, nomeado rei após a morte da rainha-mãe, decide ficar no Brasil e elevar a colônia à condição de Reino Unido. É uma nova era.
Dom Pedro (Daniel de Oliveira) se depara com os fantasmas que o rondam: a rivalidade com seu irmão Dom Miguel (Gabriel Leone), a paixão proibida por Noemy (Alli Willow) e a imposição de um casamento com a princesa austríaca Leopoldina (Louisa Sexton), no cumprimento de seus deveres de príncipe herdeiro. A ganhadeira Osória (Dani Ornellas) compra sua carta de alforria e ajuda na fuga de Joana Flor (Jamile Cazumbá), Dembelê (L_Kapa) e outros escravizados enquanto vende quitutes pelas ruas da corte.
Em 1817, a princesa austríaca Leopoldina (Louisa Sexton), preparada por uma refinada educação em Viena, cruza o Atlântico para a cerimônia de casamento com Dom Pedro (Daniel de Oliveira), unindo as forças das casas reais dos Bragança com os Habsburgo. Traficantes de escravizados aumentam suas doações para sustentar a Coroa portuguesa no Brasil em troca de farta distribuição de títulos de nobreza por Dom João VI (Antonio Fagundes). O Rei enfrenta levantes em diversas regiões do Brasil. No Recife, Frei Caneca (Tay Lopes), Antonio Carlos de Andrada (Sergio Siviero) e brasileiros descontentes iniciam a Revolução Pernambucana, em defesa da República.
Peregrina (Isabél Zuaa) acolhe os lamentos de Holufema (Ermi Panzo). Sequestrado na África para ser escravizado no Brasil, ele perde toda a família na travessia do Atlântico. Na Revolução de Pernambuco, Frei Caneca (Tay Lopes), Antonio Carlos de Andrada (Sergio Siviero) e outros descontentes são presos e enviados para a Bahia. Em desacordo com os planos de Carlota Joaquina (Ilana Kaplan), Dom João (Antonio Fagundes) é convocado pelas cortes portuguesas a retornar para Lisboa, mas planeja ficar no Brasil e enviar Dom Pedro (Daniel de Oliveira) em seu lugar.
Em 1821, Dom João VI (Antonio Fagundes) retorna a Lisboa, deixando para trás, como mostra Peregrina Jovem (Alana Yaóka), um rastro de extermínio dos povos indígenas. José Bonifácio (Celso Frateschi) retorna ao Brasil e reencontra um de seus irmãos, Martim Francisco de Andrada (Zé Renato Forner). Líder de uma revolta que reivindicava salários atrasados e equiparação no tratamento de soldados brasileiro e portugueses, o militar negro Francisco José das Chagas (Júlio Silvério), conhecido como Chaguinhas, é condenado à morte, sobrevive três vezes à forca diante do povo, que conclama liberdade, mas ainda assim é assassinado.
Em Lisboa, Dom João VI (Antonio Fagundes) cede às manobras dos rebeldes e assina a Constituição. Sob pressão das cortes portuguesas, Dom Pedro (Daniel de Oliveira) é convocado a retornar a Portugal. A princesa Leopoldina (Louisa Sexton) se sente cada vez mais só diante do comportamento distante do marido, que procura refúgio nos braços de outras mulheres. Chalaça (André Frateschi) conversa sobre o destino do príncipe regente com Madame Maricota Corneta (Fafá de Belém), dona do cabaré frequentado pelos homens mais importantes do Rio de Janeiro. Peregrina Jovem (Alana Ayóka) observa a insegurança de Dom Pedro diante dos apelos para decidir o futuro do país e declarar sua permanência no Brasil. Em Santos, Domitila de Castro (Marcela Vivan) é esfaqueada por seu marido, Felício (Sergio Mastropasqua), tomado de ciúmes.
Os ministros portugueses pedem demissão diante da decisão de Dom Pedro (Daniel de Oliveira) de permanecer no Brasil. Apesar de ter o apoio do povo, o príncipe regente se sente perdido em meio à crise que se agrava por todo o território. As tropas cercam General Avilez (Roberto Áudio), que tomou o Morro do Castelo e promete levar Dom Pedro de volta a Portugal nem que seja a força. A ameaça iminente de uma guerra civil obriga a imperatriz Leopoldina (Louisa Sexton) a se afastar da corte com os filhos para proteger o herdeiro João Carlos. A convite de Leopoldina, Bonifácio (Celso Frateschi) se encontra com Dom Pedro, e este o convida para ser seu ministro. Na Ilha de Itaparica, Peregrina Jovem (Alana Ayoká) apresenta a marisqueira Maria Felipa (Verônica Mucúna), que, embora não esteja nos livros de história, liderou uma das lutas pela Independência ao convocar suas companheiras de trabalho para enfrentar soldados portugueses.
1822. Em viagem a São Paulo, Dom Pedro (Daniel de Oliveira) recebe Domitila de Castro (Marcela Vivan), que lhe procura para tratar do divórcio de Feliciano (Sergio Mastropasqua). No Rio de Janeiro, ciente das ameaças das cortes portuguesas, Leopoldina (Louisa Sexton) se reúne com o Conselho do Estado e envia, juntamente com Bonifácio (Celso Frateschi), cartas para Dom Pedro recomendando sumariamente que o regente permaneça no Brasil e, com o apoio do povo brasileiro, rompa com Portugal e faça a separação. Na Bahia, as tropas portuguesas cercam Salvador numa guerra que leva para a luta pessoas comuns, como Maria Quitéria (Juliana Sanches), Maria Felipa (Verônica Mucúna) e negros escravizados e forros. Em meio a um mal estar estomacal, Dom Pedro, entre indeciso e inseguro, dá o grito da Independência, às margens do Ipiranga.
Domitila de Castro (Marcela Vivan) deixa Santos para viver no Rio de Janeiro, para onde sua irmã Benedita (Bruna Miglioranza), também amante do imperador, se mudou. Em Portugal, Carlota Joaquina (Ilana Kaplan) e Dom Miguel I (Gabriel Leone) conspiram contra o rei, Dom João VI (Antonio Fagundes), igualmente ameaçado pelas cortes liberais. Em todo o território brasileiro, o povo reage à demissão do ministro José Bonifácio (Celso Frateschi). Além da crise em seu governo, Dom Pedro I (Daniel de Oliveira) ainda enfrenta a crise no casamento. A escritora inglesa Maria Graham (Maria Fernanda Candido) chega à corte e se torna grande amiga da imperatriz Leopoldina (Louisa Sexton), que se sente cada vez mais isolada e solitária diante das traições e do controle do marido.