Nasce em 1943, no seio de uma família de classe média do Funchal, conservadora e muito religiosa. A morte do irmão mais velho, Otávio, aos seis anos, vem penhorar a infância de Maria Luísa. A falta de afeto, a exigência extrema de uma educação austera e o ambiente opressivo no qual é forçada a crescer, rodeada de memórias do irmão morto, transformam-na numa sobrevivente.
Maria Luísa é conduzida ao estabelecimento prisional de Tires, onde fica em prisão preventiva. Na cela, recorda como, 28 anos antes, chegou de barco a Lisboa, assumindo a identidade do falecido irmão Otávio. Mesmo sem documentos, Maria Luísa consegue ficar hospedada numa pensão barata, onde enfaixa o peito e estuda a sua nova identidade masculina.
Otávio e Jacinta assumem-se como um casal perante a sociedade. Otávio continua com dificuldades financeiras, mas vai gerindo a sua vida com as poupanças de Jacinta. Descobre entretanto que o vizinho Inácio está gravemente doente. Ao visitá-lo, Inácio confia-lhe as poupanças de uma vida inteira de trabalho para que o general as aplique da melhor forma, mas assim que Inácio morre, Otávio apodera-se do dinheiro dele, mudando-se com Jacinta para Alenquer.
Jacinta celebra o seu aniversário na moradia de Alenquer, acompanhada pelo marido, o general Otávio, e vários amigos do casal. Uma das convidadas é Beatriz, afilhada de Jacinta, que acaba de chegar de Londres. Beatriz é uma jovem lindíssima e sedutora que não deixa nenhum homem indiferente. Entre Beatriz e Otávio nasce uma química imediata… que vai trazer problemas ao falso general.
Ao descobrir que o companheiro a traiu com Beatriz, Jacinta decide entregar Otávio à polícia judiciária. O caso da “Generala” sai em todos os jornais e a notícia chega rapidamente ao Funchal, às mãos dos pais de Maria Luísa. A burlona que aparece na capa dos jornais, acusada de vários crimes, é a filha que ambos julgavam morta.