Estará o regime democrático português em crise? E, caso esteja, o que pode ser feito para o melhorar? Um documentário de 23 minutos centrado não apenas no último meio século da democracia portuguesa, mas também no que falta para a tornar mais forte e rejuvenescida. Um regime participativo em que os jovens sintam que têm voz e que vale a pena sair de casa em dia de votação.
As mulheres não podiam votar em pé de igualdade. Não podiam sair do país sem autorização do marido. Não podiam ser magistradas nem diplomatas. Nem tão pouco enfermeiras se fossem casadas. Se a ditadura era limitativa para todos, para as mulheres, em particular, era um regime que as reduzia à condição de mães e donas de casa. O 25 de abril de 74 trouxe promessas de igualdade de género. As mulheres passaram a ser livres para fazer as suas escolhas e desafiaram as regras. Tornaram-se governantes, juízas, começaram a conduzir camiões e a trabalhar nas obras. Passaram a estar em maioria na universidade e a contar com direitos sexuais e reprodutivos que lhes deram o poder de decidir as suas vidas.
Como chegou Portugal aos dez milhões de habitantes? A população vai-se movendo ao ritmo de nascimentos, mortes, emigrações e chegada de migrantes. Nos últimos 50 anos, assistimos a importantes variações demográficas, que espelham uma sociedade muito diferente daquela que existia no país quando se deu a revolução de 1974. Os portugueses estão mais velhos, vivem mais tempo, têm menos filhos e são pais mais tarde. Além de um país de emigrantes durante a década de 1960, passámos também a receber muitos imigrantes após desde a descolonização. E o país tem hoje mais habitantes, apesar de ter perdido 200 mil residentes na última década. Todos estes fatores foram alterando o tecido populacional e o número de residentes em território nacional. O que podemos antever para o futuro? Neste minidocumentário, especialistas em demografia, sociologia e geografia dão-nos a resposta.