As questões éticas que se levantam com a viagem das mais altas figuras do Estado ao Mundial do Qatar, apoiar a seleção, estão no centro do debate público, mas a discussão é muito mais séria e abrangente do que se possa pensar. Deviam ir ou não deviam ir? A denúncia das violações dos direitos humanos é mais eficaz a partir daqui ou no território do Qatar? Quando a Rússia organizou o mundial de 2018 ou quando a China recebeu os Jogos Olímpicos em 2008, não se colocaram as mesmas questões, pelo menos com a mesa veemência. Estaremos hoje mais sensíveis no mundo ocidental às ditaduras, sobretudo depois da invasão da Ucrânia? Parece que estamos a falar de bola, mas tudo isto é muito mais do que futebol.