Nas ilhas de Sunda, a ilha das Flores. A ilha da Indonésia onde os vestígios da cultura portuguesa estão mais presentes. Na aldeia de Sikka, local onde as primeiras naus portuguesas aportaram, visitamos um improvisado mercado de tecidos tradicionais e observamos um ensaio para um antigo Auto, de uma singular personagem: "o Pilotu". Em Larantuka, cidade dominada pelo imponente vulcão Ile Mandiri, a Semana Santa é vivida intensamente. Também as ilhas próximas, de Adonara e de Solor, revelam a ancestral ligação com Portugal.
Em 1512 deram-se os primeiros contactos entre os povos do arquipélago das Molucas e os portugueses, os primeiros ocidentais a chegarem às míticas ilhas das especiarias. Nas ilhas de Banda visitámos plantações de uma preciosa árvore: a moscadeira. Nas ilhas de Ambon, Ternate e Tidore são vários os vestígios da presença portuguesa na arquitetura militar e também no vocabulário local. A vida aventurosa dos primeiros portugueses que por aí andaram, é um dos temas centrais deste programa.
Manuel Godinho de Herédia, nascido em Malaca em 1563, foi porventura o primeiro luso-indonésio de que há registo. Foi um notável cartógrafo, cosmógrafo, engenheiro militar e matemático. Makassar, na ilha das Celebes, foi onde os portugueses se refugiaram quando, em 1640, Malaca foi conquistada pelos holandeses. Os reinos desta região, sobretudo o de Gowa, para além do comércio de especiarias tiveram com os portugueses uma relação de coexistência pacifica e de troca de conhecimentos, nomeadamente na construção de fortalezas. Ana Gomes e o investigador Mukhlis Paen, conversam sobre os laços históricos entre Portugal e a Indonésia. Após a visita ao parque arqueológico de Leang-Leang, a revelação de um local de uma beleza única: Remang-Remang.
Em 1511 Francisco Serrão e a sua armada, partidos de Malaca, chegaram ao porto de Sunda kalapa, atual Jakarta, na ilha de Java. No Museu Marítimo Bahari, conta-se a história desta região. Jakarta é uma cidade enorme, cosmopolita, com mais de doze milhões de habitantes. Ana Gomes recordou o seu tempo aí como Embaixadora de Portugal e o reatar das relações diplomáticas entre os dois países. Na praça Fatahillah visitámos o Museu de História de Jakarta, onde vimos a réplica do famoso padrão português de Sunda. No exterior, vimos o também famoso canhão Bocarro, o Si Jagur, construído em Macau e relativamente ao qual se diz ter dons de fertilidade. Na aldeia de Tugu, onde a comunidade de origem crioula sempre se considerou de ascendência portuguesa, ouvimos a popular música Keroncong.
Ilha de Java. Terra de altivos vulcões e de arrozais a perder de vista. No sul, Yogyakarta, cidade conhecida pela sua importância cultural. No complexo do Palácio do Sultão expõem-se instrumentos utilizados na música de Gamelão, a mais tradicional do país. O Taman Sari, com as suas piscinas, cujo projeto arquitetónico é atribuído a um português, a arte do Wayang (o teatro de sombras), o fabrico dos Kris (os famosos punhais de Java), bem como o Templo Hindu de Prabanam e o Templo Budista de Borobudur, são alguns dos elementos centrais deste programa. Na ilha de Samatra, em Banda Aceh, visitamos a grande mesquita de Baiturrahman onde Ana Gomes conversa com o historiador Ahmad Fauzan sobre a presença portuguesa nesta região.