Uma modelo é morta e o corpo é encontrado na periferia de São Paulo. Este crime que envolve o glamouroso universo da moda ganha destaque na mídia, e se torna uma oportunidade para o jovem delegado Eduardo se destacar. Paralelamente, o experiente Horácio, investigador já com mais de 50 anos, está vasculhando os submundos sexuais da cidade, atrás de aliciadores de menores e pedófilos. Essas duas linhas vão se cruzar, de modo violento, estabelecendo ligações entre mundos sociais que se revelarão obscuramente ligados. Ao mesmo tempo, esses entrelaçamentos servem de base para irmos conhecendo, por meio de tensos contrastes, os nossos personagens. Começamos a conhecer a ambição de Eduardo, e a nos perguntarmos se ele é movido pelo senso de justiça ou por uma ambição pessoal que pode resvalar para o arrivismo. E começamos a conhecer o estilo e a vida de Horácio, um cara durão que tem uma malandragem que o leva a não respeitar muito os limites da lei. Não esgotamos neste primeiro episódio a apresentação dos personagens. Conhecemos aspectos deles, mas temos a impressão de ainda não sabermos do que eles são capazes nem quais são os seus valores de fato centrais. Isso é parte crucial da estratégia narrativa, que a cada episódio apresenta novas facetas dos personagens (não apenas novas situações, mas novas facetas do caráter, da história e do comportamento). Para isso, contribuem as vidas pessoais, unidas às ações policiais: a relação de Eduardo com a namorada, a vida meio solitária de Horácio, mas com presença de pessoas do passado (principalmente sua ex-mulher), a relação de Luísa com sua filha problemática, o entusiasmo narcisista, juvenil e meio irresponsável de 3P.
Um crime bárbaro causa comoção popular: uma família inteira é queimada viva por assaltantes. A Delegacia de Homicídios se mobiliza para descobrir os culpados. Mas as investigações vão mostrar que nem tudo é “preto no branco”. O cotidiano, com suas violências, justiças e injustiças, se passa nas zonas cinzentas. Tavares vai mobilizar suas amizades entre criminosos para descobrir os assassinos – e mesmo os foras da lei estão revoltados com o crime hediondo. Eles também querem justiça. Eduardo é nomeado para o caso por influência do sogro, mas as investigações mostram que o que parecia barbárie pode ter sido um simples roubo seguido de um acidente. Apesar da pressão da imprensa e da namorada, Eduardo decide resistir ao circo da mídia protofascista. Mas isto não impede que a inveja dos colegas delegados cresça. Enquanto isso, Horácio tem que fugir das suspeitas em torno do assassinato de Dácio, e Luísa precisa enfrentar o risco do envolvimento de sua filha com drogas. Ninguém sairá vencedor deste jogo.
Jovens de elite lutadores espancam um jovem de periferia até a morte. O dinheiro e a influência das famílias deles vão intimidar a justiça e afastar testemunhas, perpetuando a impunidade. Os espancamentos aleatórios são um fenômeno urbano brasileiro. Desde o caso do índio Galdino, esses episódios de fascismo de elite têm aparecido com certa freqüência na mídia. São bastante sintomáticos da condição existencial de parte da juventude de alto poder aquisitivo, descendentes violentos do Brás Cubas de Machado de Assis e que contemporaneamente Rubem Fonseca retratou nos seus contos. Essa é uma violência tipicamente brasileira. Como disse um dos espancadores: "Eu sou jovem, tenho que me divertir, antes de ficar mais velho e assumir a empresa do meu pai." Sobre este pano de fundo, reflexo dessa espécie de apartheid brasileiro, estão tecidos os conflitos dramáticos. Dani e 3P nos apresentam as ambigüidades de ser jovem neste mundo minado. Dani se envolve "na balada" com os espancadores: jovens, ricos, "sarados", com um charme cínico e poderoso. Apesar de ser policial, 3P também se deixa seduzir por esse jeito de ser agressivo e "poderoso" – em última instância, de elite. O subtema das mães protegendo seus filhos perpassa o episódio. O foco principal está em Luísa, que, com medo de represálias, não quer que Dani, testemunha ocular do crime, deponha. A mãe de um jovem pobre, vitima e testemunha, também evitará que seu filho se apresente à polícia. E, no pólo oposto, a mãe do jovem de elite defenderá seu filho coagindo testemunhas e mobilizando suas influências. Essa presença das mães dramatiza o conflito entre valores públicos e privados, que se expressa no episódio também em termos mais gerais – principalmente no confronto entre Eduardo e Horácio –, retomando e concentrando uma pergunta que está também em outros momentos da série: a justiça é mesmo para todos?
Uma chacina revela a ponta do iceberg de uma máfia do crime organizado com fachada de transporte público e tentáculos na política municipal. Eduardo, brigado com a namorada e com seu pai poderoso, está acossado, perseguido por inimigos de dentro da Delegacia. Horácio, perseguido pela Corregedoria e por Luísa, corre para ocultar provas do assassinato que cometeu. A brutalidade da sua ação vai sabotar sua intenção de recompor a vida familiar. Tavares tem que pagar a conta – alta – do seu flerte com o jogo duplo de amizade com criminosos. Neste último episódio, os conflitos se exacerbam, se aceleram e se precipitam. Tudo parece fazer água, e todo mundo luta contra essa derrocada. Esse clima tenso e frenético vai explodir – ou implodir – no final, com um atentado a Tavares. Tavares fica entre a vida e a morte, entre a morte e a invalidez. Horácio perde o que lhe restava de família, e Eduardo acaba jogando a toalha e aceitando que, pelo menos por enquanto, é impotente diante dos poderes do crime organizado.
Agente penitenciário é morto na Brasilândia. As principais suspeitas recaem sobre a Facção. Mas não vai ser fácil descobrir o autor do crime, porque nesse bairro, na Zona Norte de São Paulo, é todo mundo de olho deles. Até quem é cego.
Um grupo de extermínio, formado por policiais militares, ataca mais uma vez. Mas a vítima, agora, é um tenente da própria corporação. Com a ajuda do Ministério Público e de escutas telefônicas, o cerco se fecha sobre os assassinos. É hora de acabar com a festa.
Justiça seja feita. Mataram o playboy e assassino Felipe Marcondes, que vivia solto pelas festas paulistanas. Vingança? O investigador 3P se torna o principal suspeito do caso, e seus colegas precisam correr contra o tempo para ajudá-lo. Enquanto isso, o delegado Eduardo circula pelo universo de elite da cidade.
Chacina em São Paulo. Seis moradores de rua são mortos a sangue frio. Uma testemunha. Um retrato-falado. Um assassino louco. Uma empresa ilegal de segurança. Um delegado cúmplice. Limpeza suja que é feita nas ruas de São Paulo. É limpeza no DHPP. Porque a força vem de cima.
Num asilo sujo e caindo aos pedaços, um idoso amanhece morto. É nesse cenário que o delegado Eduardo reencontra seu velho pai. Inconformado, ele decide levar o caso até o fim. Terá que lidar com o passado e aprender que, às vezes, não dá pra ser apenas um policial.
Quem não queria matar o coronel? Todos são suspeitos. A Facção, brutalmente massacrada pelo coturno dele? A investigadora, que investe seu amor num coração duro? A noiva, publicamente traída? Quem? Vingança é a ordem do dia. Só não vale atirar no rosto, que é pra mãe poder enterrar.
A morte de uma prostituta leva os investigadores Horácio e Luisa para o universo da Cracolândia, na região da Luz, em uma escalada de violência e informações desencontradas. Mas eles não são os únicos que querem pegar o assassino. Por fora correm Ferreira, o policial que controla o tráfico da região, e a corregedoria, que quer todos fora da corporação.
Um delegado corrupto é assassinado na grande São Paulo. Mas apesar de conhecer o histórico do morto, o promotor Caio Graco decide usar a história para vender o seu plano e fazer política. “Bandido é na cadeia. E sem regalias”. Se os fatos não superam a lenda, então imprima a lenda. A luz da câmera já está acesa. E a Facção assiste a tudo.
Explodem os ataques à cidade de São Paulo. A Facção vem com tudo. Policiais são assassinados e a elite branca está acuada em casa. Nessa noite, ninguém está seguro. As ruas vazias da metrópole é o cenário dos que tem sede de vingança. Mão na agulha, porque é bandido contra mocinho, como nos velhos tempos.