Mais da metade da população brasileira está acima do peso. O esforço para emagrecer e fugir das críticas da família é comum, assim como a solidão entre os jovens obesos. Por outro lado, há um mercado da moda para modelos fora do padrão. O estudante de administração Rogi Cezarino tem 29 anos e muita dificuldade para lidar com as tarefas básicas por causa do seu peso. Com 208kg tudo fica muito difícil: ir ao banheiro, pegar ônibus, sentar na cadeira da faculdade e comprar roupas. “Muitas vezes ouço as pessoas dizerem que se assustam comigo. Não ser aceito em espaços machuca. Quando me olho no espelho, não me sinto o feio que a sociedade diz. Eu me sinto bonito, e às vezes nem me sinto gordo”, conta. Rogi jogava no time de futebol americano de Vila Velha, no Espírito Santo. Mas há dois anos desistiu e, depois disso, teve uma depressão. Foi aí que começou a engodar: “Às vezes eu quero me isolar, muitas vezes eu não saio. Fico quietinho em casa porque aqui sei que tô protegido”. Fernanda da Silva Oliveira quer emagrecer 20kg até o Natal. Ela é professora e deixou o emprego há dois anos, quando a segunda filha nasceu. Ela tem que lidar com as constantes críticas do marido, Hermínio: “Ele adora me zoar, não só eu... Fala que é tudo chupeta de baleia”. Hermínio conta sua versão: “Eu brinco assim, mas não tem maldade. Não é bullying. Ela inventou de usar biquíni e eu falei que não dá. Uma mulher desse tamanho vai usar biquíni? Ficou feio pra caramba”. Fernanda pesa 90kg e quer chegar aos 70kg: “A sociedade tem um papel muito importante na minha vontade de emagrecer, porque eles cobram muito isso da gente. Eu não tô fazendo só pelos outros, tô fazendo pra eu me sentir melhor, mais bonita”. Aceitação da própria imagem Akeen dos Santos sofreu com o preconceito quando era mais novo: “Tive uma infância bem conturbada por ser gordo e sofri bastante com isso na escola. Era muito apelido, m