Sofia Areal, pintora, é um caso singularíssimo nas artes portuguesas. A sua pintura é expansiva, aberta, solar, vital, afirmativa (chamou mesmo “Sim!” à sua primeira antológica), ela não recua perante noções como “o belo” ou “a alegria”. “É uma promessa de felicidade?”, perguntei-lhe num dia de filmagens. “Ou é mesmo a felicidade.”, respondeu. Com SOFIA AREAL: um gabinete anti-dor que concluímos em 2016 filmámos a artista em várias ocasiões a partir de 2011, ao sabor de vários encontros e dos trabalhos que íamos fazendo. Não se trata de um documentário retrospectivo, mas sim um filme que está ao seu lado, a seguir o seu fazer, as suas dúvidas, certezas, conquistas. Aquilo que me interessou foi ver a Sofia Areal pensar pintando, pintar pensando. Pois nela, “o que em mim pensa está pintando”, é o seu oficio, o dessa mão que todos os dias faz a alegria. E a Sofia Areal continua a pintar. E eu preciso tanto da sua pintura afirmativa. Que, como ela diz, “é uma questão de sobrevivência.”
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