Baseado em poema de João Cabral de Mello Neto, Duas das Festas da Morte. O Nordeste é uma questão nacional em muitos sentidos. Não foi o clima que produziu o Nordeste como problema, mas os senhores donos da terra, gente de carne e osso que vive no chão e não nas nuvens. Nenhuma fatalidade obrigou o Nordeste a trabalhar a cana-de-açucar, a plantar o algodão, a criar o gado, mas os mesmos senhores da terra. O Nodeste não inventou o trabalho escravo, nem a exploração do trabalho das mulheres e das crianças, nem os imensos latifúndios. Foram os senhores donos da terra que para cá vieram e cá ficaram. O fato de não chover não produz miséria, assim como o fato de chover não produz riqueza. São os homens concretos. Por isso milhões de nordestinos ficaram sem trabalhar; assim se produziu a migração. Antes que o sol queimasse as costas dos imigrantes, queimou-se o fogo da concentração da terra.
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